DOENÇAS BENIGNAS DA MAMA

DOENÇAS BENIGNAS DA MAMA

Tratam-se de alterações mamárias que devem ser diferenciadas das doenças malignas.  Às vezes, apenas o exame físico acompanhado do exame de imagem é necessário.  Por outras, está indicada a realização de investigação histológica para diagnóstico. São elas:

Adenoma de papila: pode causar secreção papilar ou apenas se apresentar como uma massa superficial no mamilo;  seu tratamento é a excisão completa.

 Adenoma lactacional: principal causa de massa mamára nas pacientes lactantes;  geralmente, tem características benignas à ultrassonografia, mas inespecíficas, e involuem após a interrupção da lactação;

 Cisto mamário:  dilatação do ducto que acumula líquido;  pode ser aspirado para confirmação do diagnóstico ou para alívio do desconforto da paciente, mas a citologia não é necessária.

Doença de Mondor (tromblofebite superficial da mama): condição rara que consiste na flebite da veia toracoepigastrica.

Doença factícia: deve ser suspeitada na presença de abscessos periféricos persistentes ou que recorrem após tratamento adequado;  são causados pelo próprio paciente.

Ectasia ductal: dilatação dos ductos mamários que pode estar associada a idade.

Eczema ou dermatite do complexo aréolo-papilar: pode ser causado por irritação química (roupas ou cosméticos) e afeta primeiramente a aréola, raramente envolvendo o mamilo (ao contrário da doença de Paget);  o tratamento consiste na retirada do fator irritativo e no uso de corticoide tópico.

Esteatonecrose: alteração geralmente associada a trauma ou intervenção cirúrgica decorrente da saponificação asséptica de tecido adiposo que pode gerar massas mamárias que são difíceis de diferenciar de carcinomas;  na ausência de imagem de cisto oleoso ou de história de trauma/cirurgia, estaria indicada a investigação histológica.

Fibroadenoma: nódulo pseudoencapsulado, bem delimitado do restante da mama e geralmente esféricos ou ovalados, ou mesmo multilobulados;  uma das mais comuns anormalidades presentes em mulheres jovens, embora também possam estar presentes em mulheres mais velhas;  o exame físico ajuda, porém não é diagnóstico, e deve ser sempre avaliado por exame de imagem;  deve ser diferenciado do tumor filodes.

Hamartoma: pode se manifestar como massa palpável e crescer empurrando o resto da mama;  à ultrassonografia, aparece como nódulo sólido ou com áreas císticas;  está indicada a investigação histológica.

Hematoma: acúmulo regional de sangue que ocorre após trauma ou intervenção cirúrgica.

Hiperplasia pseudoangiomatosa do estroma: pode se apresentar como uma massa palpável ou apenas como um achado incidental microscópico;  trata-se de proliferação estromal que mimetiza uma lesão vascular e deve ser diferenciada de uma lesão vascular real, especificamente, do angiossarcoma.

Galactocele: cistos preenchidos por leite, que provavelmente decorrem de obstrução ductal durante a lactação e são diferenciados dos nódulos sólidos por ultrassonografia;  pacientes assintomáticas podem ser apenas observadas;  quando infectados ou doloridos, podem ser aspirados ou drenados e tratados com antibioticoterapia.

Galactorréia: secreção papilar leitosa bilateral que ocorre fora do período gravídico-puerperal;  é causada por hiperprolactinemia, a qual pode decorrer do uso de inúmeras medicações e mesmo de tumor de hipófise.

Ginecomastia: crescimento benigno da glândula mamária em homens.  Apresenta-se como massa palpável ou aumento visível da mama;  pode ser o sinal de outras doenças de base, que devem ser investigadas;  pode causar desconforto físico e emocional ou pode ser confundida com outros problemas de mama, como carcinoma de mama;  deve ser diferenciada também do aumento de volume causado por acúmulo de gordura (lipomastia ou pseudo-ginecomastia).

Lipoma: nódulo encapsulado de tecido adiposo maduro (‘gordura’).

Linfonodo intra-mamário: consiste num agrupamento de glóbulos brancos presente no interior do parênquima mamário;  os linfonodos estão presentes nos diversos órgãos do nosso organismo e em regiões estratégicas e fazem parte do nosso sistema imunológico.

Mastite:  processo inflamatório da mama; mais comum no período lactacional, mas pode ocorrer em qualquer época da vida;  quando não tratada, pode evoluir para um abscesso mamário.

Mastite retroareolar recidivante ou periductal: está relacionada ao tabagismo;

Mastite granulomatosa: apresenta-se como um nódulo sólido ou como abscessos múltiplos ou recorrentes;  geralmente tem resolução espontânea, sem tratamento específico;  o uso de corticoides pode ser realizado, porém não demonstrou resultados consistentes.

Papiloma intra-ductal:  nódulo que se desenvolve no interior de um ducto mamário principal e é a lesão que mais comumente causa derrame papilar seroso ou sero-sanguinolento/sanguinolento;  é palpável em 1/3 dos casos;  o tratamento indicado é a excisão cirúrgica.

 Seroma: acúmulo regional de líquido seroso que geralmente ocorre após uma intervenção cirúrgica;  pode, quando em grande quantidade, acumular e criar uma massa palpável;  pode ser tratado com algumas aspirações de repetição.

Secreção papilar: geralmente a secreção papilar benigna é bilateral, multiorificial, não espontânea, colorida, bilateral;  a secreção papilar que deve ser investigada, pois pode ser causada por uma neoplasia maligna é a espontânea, sanguinolenta ou clara como água de rocha, uniductal e unilateral.

Tumor filodes: nódulo de crescimento rápido, que pode ser benigno, “borderline” ou maligno;  deve ser sempre ser retirado cirurgicamente.